Donald Trump escolheu como um dos temas principais da sua campanha para as eleições presidenciais em 2016 o combate à imigração ilegal nos Estados Unidos, prometendo erguer um “grande muro” na fronteira com o México e proceder à deportação de imigrantes ilegais. A ordem para a construção do muro foi assinada em 2017 e previa-se que os trabalhos terminassem em dois anos, mas, no início de 2019, Trump ainda estava a medir forças com os líderes do Congresso sobre esta questão, chegando a declarar emergência nacional para o conseguir levar avante o projeto.
João Leite, estudante de Relações Internacionais no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, afirma que, para além da oposição do ex-presidente do México Vicente Fox, que apelida o muro de “inútil”, a oposição democrata é um “verdadeiro obstáculo à construção do muro”. Como Trump sabe que o muro não vai ser construído enquanto não se estabelecer um acordo com os democratas, o presidente americano começou a adotar estratégias alternativas: “a intimidação e a ameaça de sanções para que o governo mexicano reforce a sua política migratória e o controlo das suas fronteiras”, acrescenta João.